Avança escalada de custos na Saúde Suplementar

Fonte: IESS

Conforme divulgado na coluna Mercado Aberto, assinada por Maria Cristina Frias na Folha de S. Paulo, o gasto de planos de saúde com consultas, exames e procedimentos deverá chegar a R$ 170 bilhões em 2018, 8,7% a mais que no ano passado. Os dados são da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge).

Segundo Marcos Novais, economista da entidade, a marca de R$ 150 bilhões foi atingida em 19 de novembro, 27 dias antes do registrado em 2017. Conforme alertamos periodicamente, o avanço nos custos da saúde suplementar do Brasil se dá sob um grande volume de falhas de mercado, como de assimetria de informações na cadeia, que compromete comparações e concorrência, e não confere clareza aos critérios de formação de preços de insumos como materiais e medicamentos. A adoção de novas tecnologias sem a exigência de estudos de custo-efetividade e análise do sistema em absorver esse incremento de despesas é outro fator de pressão de custos.

“Múltiplos fatores contribuem para essa alta nos gastos. Há um efeito da incorporação de novas tecnologias, dos desperdícios, das fraudes e da expansão da rede”, aponta Novais. “O setor não tem ferramentas para inverter essa tendência de crescimento ainda, então, a evolução dos custos deverá ser mais acelerada ano que vem”, conclui.

Vale lembrar que recentemente foi divulgada a atualização do Índice de Variação do Custo Médico-Hospitalar (VCMH)que registrou alta de 16,9% nos 12 meses encerrados em março de 2018. Como tem ocorrido nos últimos anos e ao longo da série histórica do índice, o crescimento foi muito superior à oscilação da inflação geral do País, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou aumento de 2,7% no mesmo período.

Outro ponto importante decorre do fato de o Brasil passar por um processo de transição demográfica, com a maior participação de idosos no total da população, o que impacta diretamente na demanda de serviços de saúde, em especial de internações. A faixa etária de idosos é a que mais cresce no mercado brasileiro de saúde suplementar.

Unimed Goiânia

Na Unimed Goiânia, o gasto com consultas, exames e procedimentos deverá chegar a R$ 626 milhões em 2018, 9% a mais que no ano passado; variação ligeiramente maior do que os números nacionais.

Breno de Faria

“Para controlar melhor os múltiplos fatores que contribuem para essa alta, a Cooperativa tem adotado uma série de medidas e investimentos nos programas de Atenção Integral à Saúde, como os programas de Crônicos, Idoso Bem Cuidado, grupos de Terceira Idade, UniDomiciliar, controle do Índice de Solicitação de Exames por Especialidade (ISE), ampliação e qualidade dos Recursos e Serviços Próprios, investimento no novo modelo de remuneração por DRG, novas tecnologias e fortalecimento das negociações com fornecedores e o novo processo de alta segura”, informa o presidente da Cooperativa, Breno de Faria.

Fonte: Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS) e Unimed Goiânia.