Último Happy Hour com Ideias de 2018 aborda os desafios da medicina contemporânea

A última edição do ano do Happy Hour com Ideias aconteceu no dia 20 de novembro, no Auditório Paulo Garcia da Unimed Goiânia. O tema abordado pelo cirurgião clínico Dário Birolini foi “Medicina contemporânea: para onde vamos?”

Na ocasião estiveram presentes os diretores da Cooperativa: Breno de Faria (Presidente), José Garcia (Recursos e Serviços Próprios II), João Damasceno Porto (Administrativo), Raquel Coelho (Conselho Técnico), Washington Rios (Recursos e Serviços Próprios I), Sérgio Baiocchi Carneiro (Mercado) e Selma Trad (Planejamento e Controle). Também esteve presente o presidente da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (Aheg), Fernando Honorato.

Breno de Faria

Na abertura do evento, o presidente da Cooperativa falou sobre o conceito de modernidade líquida e das fake news. “Hoje em dia as verdades estão amorfas, sem credibilidade. Acreditamos em tudo aquilo que nos dizem, sem comprovação de ser verdade. Tudo que era sólido se liquidifica. Essa é uma das teorias mais conhecidas do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que já pensava sobre isso antes da atual era das fake news”, disse. Breno destacou que a palestra iria tratar justamente do caminho da medicina nesta atual sociedade. “Nós sabemos como a medicina evoluiu e como as informações circulam. Existem inúmeros boatos sobre alimentos e hábitos que ora prejudicam, ora beneficiam a vida das pessoas, o que queremos é estimular o pensamento crítico”.

Dário Birolini

O palestrante Dário Birolini, médico experiente, de 81 anos, bastante crítico da prática médica, conduziu a apresentação com muito bom humor e leveza, abordando temas essenciais e levantando questões importantes. Como integrante do movimento Slow Medicine, Medicina Sem Pressa em português, ele afirma ser necessárioresgatar a primazia do tempo na ciência e na arte de cuidar. Tempo para ouvir, tempo para refletir, tempo para construir relações sólidas e duradouras entre médicos, pacientes, famílias e a comunidade”, diz ele.

Slow Medicine é uma filosofia e uma prática médica que busca oferecer o melhor cuidado ao paciente,baseando-se nas melhores evidências científicas, centrando o foco no paciente e em seus valores, elaborando decisões ponderadas e cautelosas, compartilhadas sempre que possível. É proposto um cuidado que busque a tecnologia apropriada à singularidade de cada paciente e de sua situação vivencial, tendo como premissa que nem sempre fazer mais significa fazer o melhor.

Dario é formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP-1961), onde foi professor titular de Cirurgia Geral e do Trauma. Atualmente é professor emérito, membro honorário do Colégio Brasileiro de Cirurgia, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, da Força Aérea Brasileira, da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, do Colégio Americano de Cirurgiões e da Associação Americana de Cirurgia. Foi fundador da Sociedade Brasileira para o Atendimento Integrado do Traumatizado e introduziu no Brasil o Curso Avançado de Vida em Trauma (ATLS). Nos dias atuais, temos que ficar atentos às informações que chegam até nós, pois elas nem sempre estão corretas. Em uma pesquisa conduzida por mim e um colega recentemente, descobrimos que muitas análises de medicamentos e alimentos são encomendadas por grandes farmacêuticas e nem sempre representam a realidade, pois visam os interesses mercadológicos”, conta ele.

A palestra também levantou a discussão sobre o relacionamento médico-paciente. “A medicina é feita olho no olho, analisando o caso detalhadamente e por completo. Não dá para cada médico tratar uma coisa, sem ter noção do todo”, conta.

Valéria Granieri

A pediatra Valéria Granieri elogiou bastante a palestra, principalmente a parte sobre um atendimento humanizado no consultório. “Eu acredito na medicina de família, no atendimento integralizado. É o futuro da medicina atual, uma medicina preventiva, que cuida antes de tratar”, reconhece a médica.

“Cada um de nós é apenas ‘um’, tanto do ponto de vista anatômico como do ponto de vista fisiológico, metabólico e imunológico e, por estes motivos, é essencial que os médicos pratiquem uma medicina ‘personalizada’”, garante o médico, que é coautor do livro O doente imaginado, escrito pelo pai da Slow Medicine, Mário Bobbio.

Após a palestra, todos foram convidados para um coquetel de confraternização no Espaço de Convivência.

Rubens Salomão

O oftalmologista Rubens Salomão participou de todas as edições do Happy Hour com Ideias deste ano e garante que sempre são palestras interessantes e divertidas. “Os palestrantes condensam as informações e explicam de forma alegre e descontraída. É muito bom conversar com os colegas, discutir esses assuntos relevantes”, elogia ele.