"Compliance" é destaque na gestão do cooperativismo de trabalho médico

Durante a reunião do Conselho Administrativo, Técnico e Operacional (Cato) da Central Nacional Unimed (CNU), realizada no dia 28 de agosto, Fernando Palma, professor de Compliance do Insper e da Fundação Dom Cabral e membro da Society of Corporate Compliance and Ethics (SCCE), realizou uma apresentação para os conselheiros.

Palma trabalhou diretamente em vários casos da Operação Lava Jato e, a partir de suas experiências, trouxe reflexões sobre o comportamento dos profissionais frente a novos marcos regulatórios anticorrupção que as empresas estão sujeitas. Avaliar os riscos de compliance, elaborar políticas e procedimentos, formas de controle e auditoria, orientar os colaboradores acerca do tema são algumas questões importantes para essa preparação. Para ele, os altos executivos têm o dever de vigilância.

Fernando Palma

"Devemos sempre nos questionar em nossa rotina. ‘O que estou fazendo é bom para a minha empresa?’, ‘Eu ficaria feliz ao ver o resultado do meu trabalho nos noticiários?’, ‘Eu ficaria orgulhoso de contar aos meus filhos o que eu fiz/faço?’. Se você não souber explicar como fez, não faça. Simples assim! Devemos agir com ética mesmo quando não há ninguém olhando", afirmou o palestrante.

Na pauta da reunião, foram apresentados ainda os resultados referentes ao mês de julho na Central Nacional Unimed. No acumulado do ano, os R$ 149,5 milhões líquido já superam todo o resultado do ano inteiro de 2017.

Políticas de Compliance na Unimed Goiânia

A Unimed Goiânia tem implementado políticas de compliance e aderiu ao Programa de Promoção da Integridade, em parceria com o Instituto Ethos e a Unimed do Brasil. Na gestão de fornecedores e prestadores, a Cooperativa exige o cumprimento de legislação específica na seleção de fornecedores, identificando os mais críticos ou os de maior risco. Na etapa inicial, eles serão comunicados, formalmente, sobre o novo Código de Conduta da Unimed Goiânia, cujos valores e padrões de ética e integridade serão exigidos. Na segunda etapa, será feito um mapeamento dos fornecedores e disponibilizado um canal de denúncias.

Também estão sendo desenvolvidas ações e alertas aos colaboradores quanto às práticas de corrupção e à implementação de controles internos, além dos já existentes, para identificar as situações de maior risco de ocorrências inadequadas relacionadas ao assunto.

Breno de Faria

“A Unimed Goiânia adotou, em 2016, o Código de Conduta da Unimed do Brasil, que contempla as práticas decompliance. Diversas ações foram promovidas para comunicar os padrões de comportamento previstos no exemplar, que influenciam valores como cultura, integridade, estratégia e operação. A ideia é promover a cultura da integridade em todas as atividades internas e externas, alcançando todos os públicos: colaboradores, cooperados, fornecedores e prestadores”, explica o presidente da Cooperativa e membro do Cato, Breno de Faria.

Além disso, continua ele, o Conselho de Administração aprovou a contratação de um Canal de Denúncias externo e a criação do Comitê de Ética, composto por dois diretores e três gerentes, para investigar e analisar as denúncias recebidas.

Para a implantação do Programa de Integridade, foram ministradas palestras sobre o Código de Conduta e o Canal de Denúncias, com a participação de 90% do quadro de colaboradores celetistas, que receberam um exemplar do documento.

A empresa terceirizada contratada para administrar o Canal de Denúncias, IAUDIT Consultoria Empresarial, assegurou, durante as palestras, a existência do princípio da imparcialidade e do sigilo do denunciante, caso este queira manter o anonimato.