Em sua terceira edição, o Seminário Goiano de Excelência em Gestão teve a presença de representantes dos dois principais sistemas financeiros cooperativos do País - João Tavares (presidente do Banco Sicredi) e Ênio Meinen (diretor do Bancoob) - para debater o tema “A intercooperação entre cooperativas, com apoio do ramo crédito”; e da vice-presidente e diretora de Planejamento e Controle da Unimed Goiânia, Selma Trad, que apresentou o case de boas práticas de gestão da Cooperativa, que recebeu o Prêmio Sescoop de Excelência em Gestão.
Selma Trad
“É muito gratificante que a experiência da Unimed Goiânia seja reconhecida a partir do Prêmio Sescoop Excelência de Gestão e possa servir de exemplo para todo o movimento cooperativista. É a primeira vez que uma cooperativa goiana conquista esse prêmio, e a iniciativa de reconhecer e estimular boas gestões cooperativistas em todo o País por meio do Plano de Desenvolvimento da Gestão Cooperativista (PDGC), como o Sescoop está fazendo, é uma semente plantada para o desenvolvimento do cooperativismo”, diz Selma Trad.
O evento aconteceu no dia 28 de agosto, no Edifício Goiás Cooperativo, com a participação de mais de cem pessoas. Um dos resultados mais importantes foi a elaboração da Carta de Goiânia, um documento que reúne sugestões enumeradas para a aproximação dos Sistemas Sicredi e Sicoob para fornecer soluções e serviços tanto para o cooperativismo, quanto para a sociedade em geral. A carta será encaminhada ao Sistema OCB nacional, para que sirva de referência para uma possível ação integrada nacional de intercooperação, fortalecendo o cumprimento do sexto princípio cooperativista.
Ênio Meinen
Entre as sugestões apresentadas, está a definição de uma agenda pelos representantes dos ramos cooperativistas, sob coordenação da OCB, e a utilização de soluções de cooperativas (como serviços financeiros, planos de saúde, trabalho, transporte, supermercados, etc.) por entidades coirmãs. Para o diretor de Operações do Bancoob, Ênio Meinen, a carta é uma provocação válida ao cooperativismo brasileiro, uma iniciativa importante para a mudança de um quadro atual “bastante negligenciado e que descumpre um dos princípios mais relevantes do movimento ao redor do mundo”. Meinen citou uma pesquisa que aponta que apenas 40% das cooperativas no Brasil intercooperam.
João Tavares
O presidente do Sicredi, João Tavares, reforçou que, embora uma ação liderada pelo Sistema OCB seja relevante, a iniciativa de intercooperação tem que acontecer da base, ou seja, das cooperativas. “Não adianta ter a OCB discutindo uma alternativa, se, no dia a dia, as cooperativas que estão uma do lado da outra não conversam. O primeiro passo para intercooperação começa com a visita de um dirigente para outro”, destacou. “Nosso papel de centralizador funciona na medida em que as cooperativas efetivamente intercooperarem na prática”, completou Meinen, do Bancoob.
Fonte: Mundocoop e Unimed Goiânia.