Treinamento de atendimento médico aborda o uso adequado de antibióticos

No dia 11 de abril, foi realizado um treinamento de atendimento médico sobre o tema Infecções das Vias Aéreas Superiores (IVAS): uso adequado dos antibióticos, ministrado pela otorrinolaringologista Maria Cristina Cento Fanti. A palestra aconteceu no auditório do Conselho Regional de Medicina do estado de Goiás (Cremego), às 19 horas.

Washington Luiz Ferreira Rios

Na abertura do evento, Washington Luiz Ferreira Rios, diretor dos Recursos e Serviços Próprios I, falou sobre a importância dos treinamentos médicos. “Uma de nossas preocupações é sempre garantir igualdade de oportunidades para cooperados e cooperadas. Como várias aulas eram direcionadas ao corpo clínico dos Recursos Próprios, alguns médicos e médicas alegavam estar em desvantagem na prova de seleção dos Recursos e Serviços Próprios em relação a quem já trabalhava conosco. Por isso, decidimos realizar uma série de treinamentos médicos para corrigir essas desigualdades e garantir a difusão do conhecimento”, conta o diretor.

Maria Cristina Cento Fanti

Durante a palestra, a cooperada apresentou conceitos e análises de casos de faringotonsilites, rinossinusites e otites. “É preciso primeiramente separar o que é uma faringotonsilite causada por vírus da que é causada por bactéria. Normalmente, por vírus acomete crianças com menos de 3 anos. Já a bacteriana atinge crianças entre 3 e 15 anos de idade. A viral tem o que chamamos de febrícula, que é a temperatura entre 37,3º e 37,8º. Na infecção bacteriana, a febre é superior a 38,5º”, conta a médica.

Ela também mostrou o Escore de Centor Modificado (McIsaac), que apresenta sintomas comuns das faringotonsilites e atribui a cada uma delas uma pontuação. De acordo com a tabela abaixo, é possível calcular a probabilidade de ser uma infecção por S. pyogenes.

Além disso, Maria Cristina abordou as situações nas quais se usa o antibiótico, principalmente se os demais medicamentos não tiverem o efeito esperado. “A medicação deve ser escolhida de acordo com os sintomas mais intensos de cada paciente. Dessa maneira, profissionais da medicina devem personalizar o tratamento para cada atendimento, evitando o uso de ‘receitas padrão’”, aconselha a palestrante. Analgésicos, anti-inflamatórios não-esteroidais e descongestionantes tópicos ou sistêmicos são boas opções, pois agem nos sintomas que trazem grande incômodo, como dor, mal-estar e obstrução nasal. O alívio sintomático oferecido por esses medicamentos pode reduzir a necessidade de uso de antibióticos para tais situações.

O também infectologista Frederico Prudente Marques elogiou bastante a proposta de treinamento da Unimed Goiânia e a apresentação da colega Maria Cristina. “Eu acho muito enriquecedor esse tipo de aula, porque traz conhecimento a mais para quem não é da área específica. Isso faz com que o atendimento de urgência e emergência seja mais qualificado”, comenta.

Neusa Batista de Melo é hematologista e também gostou bastante da explanação sobre IVAS. “Além do conhecimento específico, a doutora Maria Cristina trouxe a experiência dela em atendimento. Isso é importante e não está na internet, só com a oportunidade desta aula é que temos acesso”, elogia.