Quase 90% das pessoas beneficiárias usam o plano de saúde a cada ano

Em média, 88% da base de clientes dos planos de saúde usam os serviços de sua rede médica ao menos uma vez ao longo do ano. É o que aponta a pesquisa feita pelo Ibope Inteligência e o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

As consultas médicas são o serviço mais utilizado. De acordo com o levantamento, 86% das pessoas beneficiárias passaram por consultas pelo plano ao menos uma vez nos últimos 12 meses, enquanto 78% realizaram algum exame. Apenas 17% utilizaram o convênio para internação. Essas proporções estão estáveis desde 2015, quando o IESS e o Ibope realizaram a primeira edição da pesquisa.

O superintendente Executivo do IESS, José Cechin, diz que as taxas de uso, à primeira vista, parecem altas se comparadas a outros tipos de seguros – no seguro de veículos, por exemplo, apenas 29% acionam a operadora para algum sinistro a cada ano, diz ele. Essa diferença, no entanto, está ligada à natureza particular dos seguros ligados à saúde e, no saldo final, ajuda a impedir aumentos de custos e mensalidades ainda maiores.

“A princípio, a função dos seguros é cobrir eventos não previsíveis, como uma colisão no carro ou um problema de saúde, mas, nos planos de saúde, há um segundo aspecto, que é o da prevenção”, disse Cechin.

“Claro que, de imediato, o volume de check-ups significa um aumento de custo para a operadora, mas, no longo prazo, o saldo tende a ser positivo. A mamografia tem um custo, mas é muito mais simples tratar um câncer de mama diagnosticado precocemente do que em estágio avançado”, afirmou.

pesquisa foi realizada entre abril e maio de 2019, pelo Ibope Inteligência, a pedido do IESS, com o objetivo de captar a avaliação de usuários e usuárias de planos de saúde sobre os serviços prestados pelas operadoras no País, gerando importantes indicativos de qualidade para que as operadoras de saúde possam trabalhar em prol da contínua melhoria dos serviços oferecidos. Foram entrevistadas 3.200 pessoas beneficiárias e não beneficiárias de planos de saúde, homens e mulheres, com 18 anos ou mais, nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Manaus e Brasília.

Breno de Faria

“O resultado da pesquisa é um importante instrumento de avaliação a ser utilizado em nosso Planejamento Estratégico. Conhecer o pensamento e o comportamento de beneficiários e beneficiárias nos permite avaliar a dinâmica de nossos próprios serviços para saber onde estamos errando ou acertando”, analisa o presidente da Unimed Goiânia, Breno de Faria.

Segurança

Neste ano, a segurança e o respaldo com relação à saúde se tornaram a principal razão para ter um plano de saúde. Saúde pública precária e qualidade do atendimento também são citados. Além disso, três entre dez entrevistados citam que possuem um plano porque têm esse benefício oferecido pela empresa.

A satisfação com os planos de saúde se mantém estável para 80%. A satisfação é maior entre quem já realizou uma internação ou parto. Entre os motivos que fariam substituir o médico ou a médica está a pouca ou má qualidade do atendimento recebido e o tempo de espera para agendar uma consulta.

No geral, a intenção de continuar com o plano atual não mudou em relação à última onda e é maior entre as pessoas mais velhas e entre beneficiários e beneficiárias que passaram por internação. A qualidade do atendimento e de profissionais da medicina são as principais razões de satisfação, mas o grande destaque é a cobertura do plano de saúde. A demora na marcação de consultas ganha força e continua sendo a principal razão de insatisfação. Há, praticamente, unanimidade entre as pessoas beneficiárias em relação à importância de uma empresa oferecer plano de saúde. Essa unanimidade ficou ainda maior na medição atual.

Aumentou o percentual de quem já teve plano de saúde e hoje não possui mais (54%), assim como de quem já teve plano de saúde pago pela empresa empregadora e hoje não possui mais. No total, 73% gostariam de ter plano de saúde. O principal motivo para deixar de ter um plano é o desligamento da empresa em que trabalhava, aliado a condições financeiras e custos de planos de saúde.

Grande maioria das pessoas não beneficiárias considera importante ter um plano de saúde (89%). Mas o maior obstáculo para aquisição ainda é o preço. Educação, moradia e plano de saúde permanecem como os três bens mais importantes.