Divulgado Novo Boletim de Conjuntura da Saúde Suplementar

Divulgado Novo Boletim de Conjuntura da Saúde Suplementar

No terceiro trimestre de 2018, a taxa de desocupação que mede o desemprego, medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE), atingiu 11,9%. Este resultado corresponde à segunda queda seguida dessa taxa, que no trimestre anterior foi de 12,4%. No entanto, a queda da taxa de desemprego não se refletiu em um expressivo aumento do número de pessoas empregadas com carteira assinada, que apresentou um leve crescimento de 0,3% no terceiro trimestre de 2018 em relação ao segundo trimestre desse ano. Na comparação em 12 meses (terceiro trimestre de 2017 ao terceiro trimestre de 2018), houve queda de 0,9% do número de carteiras assinadas. A queda na taxa de desocupação a partir do terceiro trimestre de 2017 foi impulsionada pelo crescimento de pessoas empregadas no setor informal. A contratação de planos de saúde coletivos empresariais é diretamente influenciada pelo mercado de trabalho com carteira assinada. Esse tipo de contratação de plano de saúde representa 66,9% do total (dados de outubro de 2018 - ANS Tabnet).

Essa tendência é confirmada pelo número de pessoas ocupadas no terceiro trimestre de 2018 (92,6 milhões de pessoas), o que representou aumento de 1,5% em relação mesmo período de 2017. No entanto, quando se considera apenas o setor privado, nota-se que o número de pessoas empregadas com carteira de trabalho assinada diminuiu em 1,0%. Já o de pessoas empregadas sem carteira de trabalho assinada creseu 5,5%, aumentando o mercado de trabalho informal. Outro sinal de aumento da informalidade é o avanço de trabalhos por conta própria, que foi de 2,6%.

O aumento da informalidade no mercado de trabalho é uma consequência da crise econômica, devido a qual muitos perdem o emprego com carteira assinada e, com ele, muitos benefícios, sendo um dos mais importantes o plano de saúde. Além disso, a renumeração nesses tipos de ocupação é, em média, inferior à remuneração de empregos formais. Nota-se que enquanto a remuneração média de uma pessoa com carteira assinada no setor privado é de R$ 2.134, a de uma pessoa sem carteira é de R$ 1.328 e por conta própria é de R$ 1.602. Isso significa que, quando as pessoas deixam o mercado formal, elas entram em empregos sem benefícios e com remuneração mais baixa.

É necessário que a economia retome o crescimento de forma consistente, para o que o mercado de trabalho volte a crescer nos setores que geram empregos formais. O crescimento sustentado do número de usuários e usuárias de planos de saúde está intimamente relacionado a essa retomada do emprego.

Queda

O número de beneficiários e beneficiárias médico-hospitalares de planos individuais apresentou redução de 1,5% no terceiro trimestre de 2018 em relação ao mesmo período de 2017. Este resultado ocorreu apesar do aumento do rendimento médio real da população ocupada, que foi de 0,6% na comparação com 2017. No entanto, o rendimento médio de trabalhadores e trabalhadoras do setor privado permaneceu inalterado. Esse tipo de contratação também é impactado pela redução do mercado de trabalho, pois, à medida que as pessoas perdem o emprego, elas perdem renda e tendem a reduzir o consumo, inclusive de planos de saúde individual.

Breno de Faria

“Recomendamos a cooperados e cooperadas que se mantenham informados a respeito de suas áreas de atuação para qualificar o processo de tomada de decisões relacionadas à prática médica. O IESS data (www.iess.org.br/iessdata) é um espaço interativo que reúne e possibilita o cruzamento de diversos indicadores relevantes para compreender o setor de saúde suplementar e da economia. A ferramenta apresenta dados econômicos importantes para o setor e também é possível acompanhar o Índice de Variação do Custo Médico Hospitalar (VCMH/IESS) e o total de clientes de planos de saúde no País de acordo com a região e o tipo de vínculo”, afirma o presidente da Unimed Goiânia, Breno de Faria.

Fonte: IESS.