Unimed Goiânia participa de debate sobre mobilidade urbana

O Ciclo de Debates Desenvolvimento Urbano & Mobilidade promoveu o seminário “A Bicicleta na Cidade”, com a participação do presidente da Unimed Goiânia, Breno de Faria, do secretário municipal de Trânsito de Goiânia, Fernando Santana, e do professor e pesquisador da Universidade Estadual de Goiás (UEG) Fernando Chapadeiro, no dia 31 de maio, com mediação da diretora-executiva da HP Transportes, Indiara Ferreira, no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO).

O evento é realizado pela Coordenação Regional Centro-Oeste da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), em parceria com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO) e apoio institucional do RedeMob Consórcio, daCompanhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Universidade Federal de Goiás (UFG), Pontifícia Universidade Católica (PUC), UEG, Confederação Nacional de Municípios (CNM), Associação Brasileira de Rádios Comunitárias em Goiás(Abraço) e Universidade Unicerrado. E foi voltado principalmente aos gestores públicos (das secretarias de trânsito, saúde, planejamento e afins), profissionais da área, estudantes, profissionais da educação, de arquitetura e urbanismo, engenharia e pessoas envolvidas na temática da mobilidade urbana em Goiás.

Breno de Faria; Fernando Santana e Fernando Chapadeiro

Para todos os palestrantes, não há dúvidas em relação ao papel da bicicleta como principal alternativa para melhorar a mobilidade urbana. Fernando Santana, secretário municipal de Trânsito de Goiânia, destacou a centralidade do trânsito na vida da comunidade e valorizou a troca de ideias para busca de soluções.

“Precisamos criar uma cultura do uso da bicicleta. Temos cerca de 41 milhões de veículos e 51 milhões de bicicletas no mundo, que estão subutilizadas por falta de condições ideais. Estamos dando os primeiros passos para inseri-la no nosso sistema viário como alternativa de mobilidade. Temos um projeto de implantação de 100 quilômetros de sistema cicloviário. Já estão prontos 86. Só pra se ter uma ideia, São Paulo tem 400 quilômetros”, disse.

Fernando Chapadeiro, professor e pesquisador da UEG, chamou a atenção para a necessidade de o poder público incentivar o uso da bicicleta com a criação de estacionamentos específicos e vestiários para as pessoas usuárias tomarem banho antes de se apresentarem ao trabalho e fazerem a integração ônibus/bicicleta compartilhada, por exemplo.

“Não basta apenas fazer infraestrutura, é preciso pensar uma rede na qual as diferenças entre os meios sejam levadas em consideração. Para o pedestre e a bicicleta, o clima e o estado das vias afetam muito. Para o carro, nem tanto. A bicicleta não é menos importante, não basta apenas pintar a ciclovia de vermelho. É preciso saber se a tinta vai ficar escorregadia quando chove, quais as espécies de árvores mais adequadas, porque as raízes podem crescer e estragar a ciclovia. Precisamos de estudos. É preciso planejar, pensar de forma articulada. O que mais interfere na utilização da bicicleta é a interação com o veículo motorizado. Para inseri-la, é preciso que o trânsito seja mais calmo, com redução da velocidade”, opinou o pesquisador.

O presidente da Unimed Goiânia apresentou o projeto de bicicletas compartilhadas GynDebike como um caso de sucesso apoiado pela Cooperativa, demonstrando a viabilidade de iniciativas de sustentabilidade dessa natureza. “A Unimed Goiânia é uma entusiasta das políticas sociais e de mobilidade urbana voltadas para a comunidade. Nosso engajamento é fruto do nosso compromisso com a saúde e do princípio cooperativista que incentiva o interesse pela comunidade”, afirmou ele.

Arquivo de Internet

Ao compartilhar os resultados do GynDebike desde sua implantação, o presidente destaca o crescente interesse da população - cujo índice de participação em uma cidade não litorânea é expressivo –, que busca sua utilização não apenas para o lazer, e resulta em uma importante neutralização da emissão de CO2. “Os resultados espelham nossos objetivos com a qualidade de vida, a redução da poluição e do estresse, além do combate ao sedentarismo. Isso tudo gera mais saúde. Acreditamos que há muito por fazer como o desenvolvimento de campanhas de educação de motoristas. Entretanto, o projeto dá os primeiros passos e segue na discussão das formas necessárias de aperfeiçoamento”, destacou Breno de Faria, que falou também sobre outro projeto apoiado pela Cooperativa, Na Bike com DV, que permite a inclusão de deficientes visuais em passeios ciclísticos por meio de bicicletas especiais compartilhadas com pessoas que possuem capacidade de enxergar.