Alta de despesas indica necessidade de reduzir custo assistencial

As despesas assistenciais per capita de operadoras de planos de saúde com exames, consultas, terapias, internações e serviços ambulatoriais de pessoas beneficiárias de planos médico-hospitalares voltaram a crescer e encerraram 2018 com alta de 17,3%. Em relação a 2017, o índice registrou avanço de 0,8 ponto porcentual. A informação consta no último estudo sobre Variação de Custos Médico-Hospitalares (data-base: dezembro de 2018) do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS).

O Produto Interno Bruto (PIB) apresentou crescimento no quarto trimestre de 2018 em relação ao mesmo período do ano anterior, pelo oitavo período consecutivo (Banco Central - Bacen, 2019), apresentando uma lenta recuperação que tem se refletido no mercado de trabalho. Na comparação em doze meses do quarto trimestre de 2017 a 2018, houve queda de 1,0% do número de pessoas com carteira assinada (Pnad Contínua/IBGE). Houve também queda na taxa de desocupação a partir do quarto trimestre de 2018, que foi impulsionada pelo crescimento de empregados no setor informal.

A contratação de planos de saúde coletivos empresariais é diretamente influenciada pelo mercado de trabalho com carteira assinada. Esse tipo de contratação representou 66,9% do total no quarto trimestres de 2018 (ANS Tabnet). Segundo Bacen (2019), mesmo com o crescimento da atividade econômica, a economia opera com elevado nível de ociosidade, porém o Banco Central espera uma retomada do crescimento da inflação. A expectativa da inflação para 2019, 2020 e 2021, segundo o Bacen (2019), é em torno de 3,9%, 4,0%, 3,75%,respectivamente.

O processo de desaceleração da economia se refletiu na variação de custos médico-hospitalares, que passou de 16,5% em dezembro de 2017 para 17,3% em dezembro de 2018. Nesse período, a VCMH/IESS foi impulsionada principalmente pelos itens de despesas de terapias e Outros Serviços Ambulatoriais (OSA). Com o aumento da variação dos custos médico-hospitalares dos planos individuai, há o aumento da preocupação com a sustentabilidade desse tipo de plano, principalmente num período de baixo crescimento econômico, com lenta criação de emprego. Uma variável determinante e importante para aquisição de planos individuais é o rendimento da população ocupada. O rendimento médio real apresentou no quarto trimestre de 2018 uma leve recuperação (0,4%) após um período de desaceleração do crescimento na comparação em 12 meses.

A variação de custos médico-hospitalares é composta principalmente pela variação dos custos de internações, que possui o maior peso no índice, juntas, elas compõem 61% dos custos. A VCMH/IESS é composta ainda pelos seguintes procedimentos: Exames Complementares (12%), Consultas (9%), Terapias (11%) e OSA (6%).

Conselho de Administração da Cooperativa

“A alta dos custos médico-hospitalares nos coloca o desafio de reduzir o custo assistencial não apenas para manter o equilíbrio financeiro, mas também para enfrentar a concorrência em um mercado cada vez mais acirrado. Só assim podemos tornar nossos produtos mais competitivos sem perder o padrão Unimed de qualidade”, afirma o Conselho de Administração da Cooperativa.