A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estuda impor tempo limite para o atendimento prestado pelas empresas de planos de saúde e seguro saúde por causa do registro de um grande número de reclamações sobre a
demora no agendamento de consultas e até de cirurgias, de acordo com o tipo de procedimento. Segundo levantamentos feitos, ao agendar uma consulta, a espera pode atingir três meses.
O diretor-presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos, demonstrou-se preocupado com a demora, principalmente à relacionada a consultas básicas e na pediatria. “Isso pode fazer com que o usuário do plano, que paga para ter atendimento rápido, vá ao sistema público de saúde.”
Segundo ele, um dos motivos da demora é a diminuição da quantidade de médicos e hospitais credenciados pelas operadoras para reduzir custos. Além disso, a baixa remuneração desses profissionais faz com que eles deem preferência a clientes particulares.
Repercussão
“A ANS deve impor um prazo para o atendimento, mas antes precisa averiguar as causas da demora e solucioná-las”, declarou para a imprensa a advogada do Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), Juliana Teixeira. Ela lembra que não é porque o serviço não é emergencial que o atendimento pode ser alongado. “Caso a doença se agrave, o serviço, além de prejudicar a saúde do consumidor, perde o sentido, porque vira emergência e o usuário não precisa mais de consulta.”
Para Arlindo de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, a demora hoje chega, no máximo, a 15 dias, para procedimentos ou especialidades mais complexos. Mesmo assim, o representante das operadoras defende a medida, “desde que seja estabelecido um prazo médio para atendimento, de acordo com o procedimento, e após discussão com as operadoras”.Ele acredita que o aumento de procedimentos médicos obrigatórios impostos às empresas pela ANS faz com que operadoras diminuam a rede credenciada. “São 80 procedimentos a mais. É preciso cortar de algum lugar”, explica.
O diretor Médico da Unimed Goiânia, Dr. Adriano Auad, alerta os médicos Cooperados para ficarem atentos ao planejamento de suas agendas. “Somos uma Cooperativa onde cada médico é o dono e não empregado de uma empresa. Isso faz a diferença no atendimento, porque não adotamos as medidas mercantis de corte de gastos que comprometem a qualidade”, disse o diretor Médico da Unimed Goiânia, Dr. Adriano Auad, ao destacar que qualquer punição da ANS compromete a imagem da Cooperativa no mercado.
Fonte: Strategy e Unimed Goiânia