arquivo-noticias - Unimed Goiânia

Modelo de Atenção à Saúde ¿ o novo paradigma






Cristina Laval, da Secretaria Municipal de Saúde (SUS)

A mesa-redonda que tratou do Modelo de Atenção Integral à Saúde e da Qualificação da Assistência durante o XX SUECO, realizado no período de 13 a 15 de junho, no Oliveira’s Place, em Goiânia, trouxe o desafio de um novo paradigma diante das mudanças de perfil epidemiológico apresentadas pela população brasileiras.

Dr. Sizenando da Silva Campos Jr. (ao centro) como moderador

Foram reunidos palestrantes de diversas áreas da saúde, como Cristina Laval, da Secretaria Municipal de Saúde (SUS); Katia Audi Curci, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e Dra. Cristiane Câmara Couto Ribeiro, consultora do Comitê de Atenção Integral à Saúde da Unimed do Brasil.

O moderador do debate foi o Dr. Sizenando da Silva Campos Jr., presidente da Unimed Goiânia, o presidente da mesa foi o Dr. Danúbio Antonio de Oliveira e o secretário, Dr. Lucas Antonio Roriz de Moraes.

Cristiane Câmara

A consultora Cristiane Câmara iniciou sua apresentação com informações sobre a mudança do perfil da população brasileira. “São 700 mil idosos por ano, o sistema de saúde e de previdência não está preparado para isso. Vivemos um período de transição epidemiológica, 58 milhões de pessoas têm doenças crônicas, quase a população do Reino Unido”, disse ela.

Para a Unimed do Brasil, é preciso existir um conjunto articulado e contínuo de ações para interferir no processo de mudança do modelo. A criação do Comitê de Atenção Integral à Saúde tem o objetivo de promover o alinhamento estratégico relativo às inovações do modelo de atenção à saúde com foco na atenção integral. São quatro os eixos trabalhados: promoção e prevenção de riscos, inovação do modelo, educação médica e fomento à acreditação das operadoras. Além disso, foi criado o Projeto Registro Eletrônico de Saúde (RES), que permite o acompanhamento da vida do beneficiário, gerando informações para auxiliar na mudança do próprio modelo.

“Temos um Plano de Ação estruturado para 2012/2014. Devemos implantar um novo modelo de atenção à saúde também na mente do beneficiário e dos próprios cooperados”, disse Cristiane.

Cristina Laval, representante da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, concordou com análise da realidade apresentada anteriormente e explicou que “o ato de cuidar é um compromisso ético-político de sinceridade, responsabilidade e confiança entre sujeitos reais, e é o controle social que torna o usuário sujeito de sua saúde. O modelo de atenção à saúde que vem sendo fortalecido como novo modelo é o modelo da saúde da família dentro do SUS.” Nesse sentido, os principais desafios estão na formação e na gestão do trabalho.

Katia Audi Curci

Katia Audi Curci, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), também abordou o envelhecimento da população e a diminuição da natalidade, e mencionou ainda o uso indiscriminado de tecnologias e a dificuldade de acesso à rede de atendimento.

“Nosso modelo hegemônico é hospitalocêntrico, a população procura indiscriminadamente os especialistas, não buscam a atenção básica e procuram atendimento de forma descontinuada”, avaliou Katia.

O quadro brasileiro indica que 31% da população é portadora de uma doença crônica, e 5,9% são responsáveis por 79% das mortes em uma combinação que envolve envelhecimento, escolhas e estilo de vida, mais disposição genética.

Para a Organização Mundial de Saúde, é preciso haver envelhecimento ativo ao longo do curso da vida com maior qualidade de vida para o maior número de pessoas e por mais tempo.

Katia Audi aponta algumas soluções: qualificar a gestão com uso da informação, mapeamento dos riscos, estímulo ao estilo de vida saudável, menor exposição aos fatores de risco, acompanhamento do cuidado que não pode ser fragmentado, otimização dos recursos, busca de mecanismos para um sistema de saúde sustentável.

“A melhor maneira de garantir melhor saúde para idosos é com a prevenção da saúde para todos, inclusive os saudáveis. Trata-se de uma mudança de paradigma, não podemos mais nos basear na doença”, garantiu.

Ela fez questão de mostrar um vídeo publicado no site da ANS, que estimula as operadoras de planos de saúde a criarem Programas de Prevenção de Saúde, e apresentou uma série de benefícios que podem ser alcançados junto à Agência devido a essas ações de prevenção, como, por exemplo, a pontuação do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS).

Dr. Sizenando da Silva Campos Jr.

Em sua moderação, o presidente da Unimed Goiânia, Dr. Sizenando da Silva Campos Jr., parabenizou a escolha do tema e o convite aos expositores das três áreas da saúde: pública, suplementar e o órgão regulador.

“Ouvimos as três visões. Realmente, existe uma grande preocupação com a mudança demográfica e a transição epidemiológica. Está previsto um custo de 14% com o aumento da idade da população. Temos um longo caminho para percorrer. Criamos o Comitê de Atenção Integral à Saúde, devemos mudar o modelo gerencial, ajustar o intercâmbio, investir na tecnologia da informação, mas, principalmente, no modelo de atenção. Temos muitas perguntas. Como fazer? Sabemos que esse é o caminho com enfoque na prevenção, diminuindo o hospitalocentrismo. Hoje mesmo, ouvi na CBN, a propaganda de uma tomografia de coração, que terminava dizendo que seu plano de saúde paga”, opinou Dr. Sizenando para estimular a discussão.

Dr. Valdmário Rodrigues Jr.

O Dr. Valdmário Rodrigues Júnior, diretor de Integração Cooperativista e Mercado da Unimed do Brasil garantiu que a Unimed do Brasil estará à frente dessas ações no país inteiro, fomentando essas iniciativas e conclamando a defesa do espírito cooperativista nesse desafio.

 

${loading}