Os custos médicos e hospitalares dos planos de saúde individuais per capita aumentaram 16% no ano passado, segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). No país, há cerca de 10 milhões de usuários de convênios médicos individuais, cerca de 20% do total. O restante é de planos corporativos.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou um reajuste de 9,65% para os convênios médicos individuais em 2014. A agência reguladora determina o índice com base nas despesas médico-hospitalares de planos individuais e também no reajuste praticado nos convênios corporativos do ano anterior.
Luiz Augusto Carneiro
"As despesas com materiais, como órteses e próteses e medicamentos usados nas internações, são a principal causa do aumento nos custos médico-hospitalares. Essa despesa representa 61% do custo da operadora de plano de saúde", disse Luiz Augusto Carneiro, superintendente-executivo do IESS. Os exames, consultas e terapias representam 15%, 9% e 5% do custo médico total, respectivamente.
Segundo Carneiro, o aumento na despesa de internação está relacionado à elevação dos custos e não a um incremento na frequência, uma vez que se trata de um procedimento que não depende do usuário ou de indicação dos médicos como acontece, por exemplo, com exames.
A variação de 16% nas despesas médicas e hospitalares no ano passado representa uma alta de quase 1 ponto percentual em relação ao registrado em 2012, segundo levantamento do Instituto de Estudo de Saúde Suplementar.
A principal queixa das operadoras de planos de saúde é que o reajuste autorizado pela ANS é insuficiente para cobrir as despesas. Com isso, as operadoras vêm sistematicamente deixando de oferecer planos individuais. As grandes empresas do setor (Bradesco saúde, SulAmérica, Amil e Intermédica) não oferecem mais essa modalidade.
Fachada Unimed Goiânia
Os planos individuais vêm sendo oferecidos pelas Unimeds. Na Unimed Goiânia, 47,92% do total de seus 332.850 clientes são beneficiários de planos individuais, 159.502. O aumento de custos foi de 15,27% (PF e PJ), de 2012 a 2013.
Dr. Sérgio Baiocchi Carneiro
"Continuamos acreditando nos planos individuais, mas sabemos que devemos adotar medidas de controle dos custos assistenciais para manter sua sustentabilidade. Por isso, apelamos para a responsabilidade de nossos cooperados", diz o diretor de Mercado, Dr. Sérgio Baiocchi Carneiro.
Diante da falta de oferta de convênios individuais, o cliente pessoa física tem procurado pelos planos de saúde por adesão, ou seja, aqueles em que o usuário faz parte de um grupo ligado a uma entidade de classe.
Fonte: Valor Econômico e Unimed Goiânia