A exemplo do que já foi identificado em cirurgias ortopédicas, a máfia que paga comissões a médicos para induzir a venda de próteses também faz vítimas entre portadores de doenças cardíacas. Reportagem exibida no último domingo (12/01) pelo programa "Fantástico", da TV Globo, mostrou que médicos recebem dinheiro para implantar próteses cardíacas em pacientes submetidos a cirurgias que, muitas vezes, são desnecessárias.
Exames em 250 pacientes concluíram que 22% tiveram stents implantados sem necessidade. Os dispositivos são pequenos tubos metálicos que desobstruem vasos do coração para evitar infartos. Fornecedores revelaram que pagam entre R$ 3.500 e R$ 4 mil por cada stent implantado.
Caso coloquem dez num mês, médicos podem faturar por ano R$ 480 mil livres de impostos. E o doente que precisa de um stent pode sair do hospital com três.
Prazo de validade vencido
Há ainda pacientes que recebem stents com prazo de validade vencido, que podem falhar na prevenção de infartos fatais. Uma mulher, que se diz representante de um distribuidor, mostra planilhas indicando que médicos de um hospital de Itajaí (SC) recebem uma propina maior se usam dispositivos vencidos ou próximos da data de vencimento. O esquema pode render aos profissionais até R$ 30 mil por mês.
Em Uberlândia (MG), a Polícia Federal descobriu marcapassos no coração de pacientes que não precisavam deles. Os cirurgiões ficam com até 50% do que é pago pelos aparelhos, que chegam a custar R$ 80 mil.
No programa anterior, o "Fantástico" já havia revelado a associação de médicos e vendedores de próteses ortopédicas que causou prejuízo de R$ 7 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Os médicos encaminhavam pacientes a advogados, que obtinham liminares a partir de orçamentos superfaturados para forçar o SUS e os planos de saúde a pagarem os procedimentos. As comissões encarecem os implantes, limitando o acesso de quem realmente precisa. O presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital, sugeriu o tabelamento dos preços de próteses e implantes. Florentino Cardoso, da Associação Médica Brasileira, defendeu a cassação do registro dos médicos envolvidos.
A série do "Fantástico" motivou pedidos de abertura de CPIs na Câmara dos Deputados e na Assembleia do Rio Grande do Sul. O governo federal criou, na semana passada, uma força-tarefa para combater a máfia.
Consad
"Esperamos que a divulgação dessas lamentáveis denúncias ajude a acabar de uma vez por todas com esse grupo de uma minoria de médicos corruptos que prejudica a prática médica em todo o país. Na Unimed Goiânia, não estamos de braços cruzados e também estamos agindo para impedir que os abusos prejudiquem a maioria dos nossos cooperados que trabalha honestamente", garantem os integrantes do Conselho de Administração.
Ministério da Justiça notifica operadoras sobre OPMEs
De acordo com informações divulgadas pelo Estadão Online, o Ministério da Justiça, por meio da secretaria Nacional do Consumidor, notificou algumas operadoras de planos de saúde para que prestem esclarecimentos quanto à liberação de procedimentos cirúrgicos que envolvam a utilização de órteses, próteses e materiais especiais.
Caso sua Unimed seja notificada por algum órgão regulador, é preciso informar impreterivelmente a Unimed do Brasil, pelo e-mail [email protected]
Se veículos da imprensa acionarem sua Federação ou Singular, sugerimos que respondam com o posicionamento reativo abaixo:
"O Sistema Unimed [ou a Unimed em questão] informa que repudia a prática de superfaturamento na comercialização de órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs), assim como o pagamento de comissões pela indústria a profissionais que indicam determinados produtos e marcas. Esses comportamentos minam os sistemas de saúde público e privado e colocam em risco a vida de pacientes que são submetidos a procedimentos considerados invasivos para o uso de OPMEs, sem que haja evidências da eficácia de tais intervenções cirúrgicas. Diante da dificuldade de contar com a padronização técnica e de precificação de órteses, próteses e materiais especiais no mercado, a Unimed do Brasil desenvolveu, em 2009, o Comitê Técnico Nacional de Produtos Médicos (CTNPM). O objetivo desse Comitê é padronizar valores mínimos e máximos na negociação de aquisição de suprimentos que atendam todas as cooperativas do Sistema. O Sistema Unimed coopera integralmente com as autoridades e órgãos competentes para a resolução deste problema e dedica todos os esforços para que seus colaboradores e cooperados ajam de acordo com padrões de conduta ética, respeitando o Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção, do qual é signatário."
Fonte: Unimed Goiânia, Portal G1 e Unimed do Brasil.