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Fiocruz confirma uso de cobaias humanas






O estudo é patrocinado pelo governo americano e conduzido em parceira com a Universidade da Flórida, com a Universidade de São Paulo (USP), a Fundação Nacional de Saúde e a Secretaria de Saúde do Amapá.

Segundo Mércia Arruda, cientista da Fiocruz encarregada da análise de dados da pesquisa, o holandês Jaco Voorham omitiu, na tradução que fez para o português, a menção a picadas em voluntários. Em seguida, teria incluído a pesquisa com picadas nos formulários de consentimento - o texto obrigatório que explica ao voluntário o que é a pesquisa, que risco pode acarretar e qual a responsabilidade do pesquisador e da instituição no caso de a experiência lhe causar dano. Os formulários foram assinados pelos voluntários no Amapá.

O holandês era aluno de doutorado da Universidade de São Paulo (USP). Segundo a assessoria de imprensa da USP, ele não concluiu o curso. Com o holandês, trabalhou na pesquisa outra aluna da Faculdade de Saúde Pública da USP, Stela Branquinho. Nenhuma das instituições envolvidas na pesquisa conhece o paradeiro de Voorham.

No projeto original, não havia menção a picadas

Mércia explicou ontem que as picadas aconteceram em 2003, durante o período em que ela estava afastada do projeto. No projeto original, não havia a menção a picadas voluntárias. Pela resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde, que disciplina o procedimento de pesquisas com seres humanos, uma pesquisa com picadas intencionais não poderia ser feita no Brasil, mediante pagamento a voluntários.

O pesquisador da Universidade da Flórida Robert Zimmerman, co-responsável pela pesquisa, afirmou em e-mail enviado à USP que não participou do trabalho de tradução para o português do projeto. Do ponto de vista da Fiocruz, o projeto original previa apenas o trabalho de voluntários como capturadores de mosquito, e não como voluntários de picadas.

Fonte: Jornal O Globo
22/12/2005

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