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O peso da pós-menopausa






O trabalho desenvolvido pela ginecologista Patrícia Pereira de Oliveira constatou que existe uma relação direta entre o excesso de gordura no organismo e a baixa escolaridade. O estudo, feito na Ilha de Paquetá, na Baía de Guanabara (RJ), teve como objetivo principal investigar a osteoporose em mulheres na pós-menopausa.

Em sua pesquisa, Patrícia avaliou as voluntárias por ultra-sonometria (análise da massa e da flexibilidade óssea) para estabelecer formas de prevenção ao risco de fratura. "Ela também estudou diversos outros fatores, como a obesidade, determinada a partir das medidas antropométricas, que detectam possíveis alterações na quantidade e distribuição da gordura corporal", detalha a médica Lizanka Paola Figueiredo Marinheiro, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do IFF, que orientou a dissertação.

Foram selecionadas 385 mulheres, com média de idade de aproximadamente 64 anos. A maioria era branca (57,1%), viúva ou separada (45,71%), analfabeta (40,25%) e de baixa renda.

A avaliação da obesidade foi baseada no grau de adiposidade (quando o peso corporal é normal, mas a proporção de gordura nele existente é excessiva). A medição foi feita pelo índice de massa corporal (IMC), definido por peso em quilogramas dividido pela altura em metros elevada ao quadrado. Do total, 39% tinham sobrepeso e 25,7% eram obesas (IMC acima de 30).

Lizanka explica que a menopausa é a parada de funcionamento dos ovários, que deixam de produzir os hormônios estrógeno e progesterona e de eliminar óvulos, o que leva o corpo da mulher a interromper a menstruação. Nesse período, a quantidade de energia que a pessoa precisa para que o organismo funcione em repouso (metabolismo basal) diminui. "Com isso, o acúmulo de gordura aumenta. A baixa de estrogênio, a diminuição da quantidade de exercícios físicos, própria da idade, e a depressão também comum em mulheres nessa faixa etária são outros fatores que estimulam a obesidade", argumenta a médica.

A obesidade - ou estar acima do peso - traz uma série de problemas. Com o tempo, pessoas obesas têm tendência a apresentar degenerações de articulações da coluna, do quadril, dos joelhos e dos tornozelos. Os obesos, que sobrecarregam a coluna e os membros inferiores, em geral também costumam ser mais vulneráveis a moléstias ou distúrbios como hipertensão, cânceres, diabetes e doenças cardiovasculares.

De acordo com os resultados do estudo, a prevalência de sobrepeso e de obesidade entre a população feminina na pós-menopausa residente em Paquetá é alta e correlaciona-se diretamente com a baixa a escolaridade da população. "A pouca escolaridade está relacionada com a baixa renda. Indivíduos com renda per capita mais baixa consomem alimentos mais baratos, que em geral são de maior valor calórico. A falta de informação sobre uma boa alimentação também influencia o aumento de gordura no corpo", diz Lizanka.

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias
19/01/2006

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