arquivo-noticias - Unimed Goiânia

Bebê robô ajuda pesquisadores a entender a consciência






Os pesquisadores usaram o BabyBot para testar um modelo do senso humano da "presença", uma combinação de sentidos como a visão, audição e tato. O trabalho poderia ter aplicações enormes na robótica, inteligência artificial e percepção na máquina. A pesquisa está sendo financiada sob a iniciativa do programa Tecnologias da Sociedade da Informação da Comissão Européia, como parte do projeto Adapt.

"Nosso sentido de presença é essencialmente nossa consciência", disse Giorgio Metta, professor do Laboratório de Robótica Avançada Integrada na Universidade Gênova, na Itália, e coordenador do projeto Adapt.

Modelar, ou definir, a consciência continua um dos mais difíceis problemas tanto para a ciência quanto para a filosofia. "O problema é a dualidade, onde o cérebro termina e a mente começa. A questão é se precisamos considerá-los como dois aspectos diferentes da realidade", disse Metta.

O método adotado consiste, essencialmente, em tentar entender, construindo. Para esse fim, o Adapt estudou primeiro como a percepção de si mesmo no ambiente emerge durante os primeiros estágios do desenvolvimento humano. Psicólogos testaram crianças entre 6 e 18 meses. "Nós podíamos controlar uma série de parâmetros para ver como as crianças mais novas percebem e interagem com o mundo a sua volta. O que eles fazem quando interagem com suas mães e estranhos, o que vêem, com quais objetos interagem, por exemplo", disse Metta.

A partir deste trabalho eles desenvolveram um modelo "de processo" da consciência. O desfecho prático foi que, enquanto outros modelos descrevem a consciência como percepção, cognição e depois ação, o modelo Adapt a vê como ação, cognição e depois percepção. Em teoria, seria assim que os bebês agem: quando um bebê vê um objeto, essa não é a percepção final. Depois de ver, uma criança nova vai tentar alcançar o objeto. Se falhar, o objeto está muito longe. Isso ensina à criança o que é perspectiva.

Se a criança conseguir alcançar o objeto, ele ou ela vai tentar segurá-lo, ou prová-lo ou chacoalhá-lo. Todas essas ações ensinam a criança sobre o objeto e governam sua percepção. É mais um processo cumulativo que um ato único. Ou, pelo menos, esse é o modelo. "Não está validado. É um ponto para se começar a entender o problema", disse Metta.

O trabalho foi bem-sucedido, mas ainda insuficiente. O sentido da presença, ou consciência, é um grande problema e o Adapt não procura resolvê-lo em um só projeto. Em um novo programa, chamado Robotcub, os engenheiros vão aperfeiçoar seu robô. E um dia ele poderá engatinhar, também

Fonte: Agência Estado
03/05/2006

${loading}