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Remédio sem nota apreendido pela PF






Agentes da superintendência da Polícia Federal apreenderam 200 comprimidos de Pramil, usado por homens com disfunção erétil, e 20 ampolas de Lipostabil -indicado para desobstruir as coronárias, mas adotado em clínicas de emagrecimento para reduzir gorduras localizadas.

A apreensão ocorreu entre as cidades goianas de Caldas Novas e Vianópolis na madrugada de domingo, em um ônibus vindo do Paraguai, durante operação conjunta com a Receita Federal. Os remédios estavam com a passageira Maria Zuleide Vieira, 49 anos. Ao revistar a bolsa de mão, os agentes encontraram os produtos enrolados em um saquinho preto. Ela foi presa em flagrante e será indiciada pelo artigo 273 -venda, comercialização e posse de remédio falsificado ou comercializado em desacordo com as recomendações sanitárias.

O crime é considerado hediondo e, por isso, inafiançável. A pena mínima é de 10 anos e a máxima, de 15 anos, maior do que para quem trafica drogas. "Tráfico de drogas dá 10 anos de reclusão. Mas eu acho que esse tipo de crime é mais grave que o tráfico porque coloca a saúde de inocentes em risco. A droga todo mundo sabe da proibição e das conseqüências. Com medicamento é diferente", opinou o delegado-chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes Fazendários da Polícia Federal, Hellan Wesley Almeida.

Anvisa

Quem utiliza medicamentos sem a aprovação da Anvisa corre risco de morte. "Além de não ter o efeito desejável, podem acontecer reações adversas. Não conhecemos os efeitos desses produtos no organismo, especialmente o Lipostabil, que é indicado para uma coisa e usado para outra", advertiu Vesper Cardelino, gerente de Monitoramento de Qualidade, Controle e Fiscalização de Insumos, Medicamentos e Produtos da Anvisa.

Em 2003, a agência suspendeu a importação, a distribuição o comércio e o uso do medicamento com o princípio ativo fosfatidilcolina (Lipostabil) na forma farmacêutica injetável para fins estéticos (Resolução nº 30, de janeiro de 2003). Um ano antes, em maio de 2002, o órgão determinou a apreensão, em todo o território nacional, do Pramil 50mg, por não possuir o registro junto à Anvisa (Resolução nº 766).

A polícia de Águas Lindas, a 47km de Brasília, investiga a morte de um menino de oito anos, que pode ter sido provocada por um medicamento. Ele foi hospitalizado em 23 de agosto, com dores de cabeça e mal-estar. Os sintomas apareceram depois de ele ter ingerido um comprimido de origem coreana, dado por um religioso da cidade, identificado como pastor Lee, responsável pela Igreja Presbiteriana Filadélfia. Os médicos não souberam detectar a causa da morte. O resultado da autópsia deve ficar pronto no fim deste mês.

Fonte: Correio Braziliense
05/09/2006

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