Hoje é o Dia Mundial da Psoríase e a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançará uma campanha com o objetivo de desenvolver ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos doentes, orientar sobre a identificação da moléstia e os tratamentos disponíveis, além de lançar um fundo de recursos para o financiamento de pesquisas e de ações de divulgação.
Estima-se que existam 125 milhões de pessoas com psoríase em todo o mundo. No Brasil, a doença atinge de 1 a 3% da população, em diferentes graus de gravidade.
"A psoríase é uma doença inflamatória e crônica da pele, desencadeada e piorada por fatores genéticos (em 30% dos pacientes), estresse, infecções, problemas endócrinos e climáticos (em geral piora no inverno e melhora no verão)", explica Lúcia Arruda, mestre em dermatologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e Chefe do Serviço de Dermatologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas. "Ela se caracteriza pelo aparecimento de lesões avermelhadas e que descamam em áreas principalmente de atrito da pele como joelhos, cotovelos e couro cabeludo", explica.
Trata-se de um mal que atinge igualmente homens e mulheres e não é contagioso. "Ninguém pega psoríase de ninguém", alerta Lúcia. Pessoas de todas as faixas etárias podem ter, mas os picos de aparecimento, segundo Artur Antônio Duarte, professor titular de Dermatologia da Universidade de Santo Amaro (Unisa), é muito mais freqüente no adulto entre 20 e 40 anos. Além das lesões na pele, a pessoa pode sentir coceira e ardor na região afetada. Quem tem comprometimento das articulações sente dores no local. E a psoríase também pode causar deformidade. "No entanto, o pior problema enfrentado pelo paciente é o aspecto visual da pele, que pode gerar repulsa e constrangimento, interferindo de maneira brutal em sua qualidade de vida", avisa Duarte.
Vários tipos - Existem vários tipos de psoríase. De acordo com Lúcia, a mais comum é a psoríase vulgar ou crônica, em que as lesões são muito avermelhadas e com descamação espessa no local. Nas crianças ocorre a psoríase gutata, em que surgem pequenas lesões avermelhadas e que descamam pouco, em geral após o surto da infecção. E, segundo a especialista, existem formas mais graves, como a que forma bolinhas de pus generalizadas (psoríase pustulosa) ou avermelhamento e descamação generalizados (psoríase eritrodérmica). Nestes casos, orienta a médica, é necessário internar o paciente devido ao comprometimento geral.
De acordo com Lúcia, um especialista em dermatologia faz o diagnóstico examinando o doente. "Mas se houver dúvida pode-se fazer a biópsia. Isto é, tira-se um pequeno fragmento e encaminha-se para exame anatomopatológico", diz.
Formas de evitar a doença - Não existe uma forma de evitar a psoríase, mas é possível dificultar o aparecimento dela em que já teve ou tem familiares portadores, de acordo com o doutor Artur.
Aqui vão as dicas do especialista:
- Exposição diária ao sol de 20 a 30 minutos pela manhã e no final da tarde;
- Evitar a ingestão de bebida alcoólica (que piora a psoríase);
- Evitar obesidade com dieta e exercícios físicos;
- Tentar estressar-se o menoS possível.