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Hipertensão pulmonar: Doença rara e tratamento recente






Uma das maiores dificuldades encontradas pelos especialistas, há até pouco tempo atrás, era a ausência de tratamento eficaz. "Nos últimos anos, o mais significativo avanço foi a disponibilização de medicações mais eficazes para o seu tratamento, inclusive em nosso país", avalia o presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Dr. Mauro Zamboni.

A HAP pode ocorrer tanto em crianças, como os recém-nascidos com defeitos cardíacos, e adultos (homens e mulheres), embora na maioria dos casos incide em mulheres entre 20 e 40 anos. Estima-se que pelo menos 10% dos casos sejam genéticos. Outros fatores responsáveis pela HAP: doenças do tecido conjuntivo como esclerodermia, lúpus, HIV-positivo, embolia pulmonar e uso de inibidores de apetite (fenfluramina ou metanfetamina).

Caracterizada por pressão arterial anormalmente elevada nos vasos sangüíneos que abastecem os pulmões, a HAP não oferece muitas perspectivas para os pacientes que não recebem tratamento. Cerca de 60% dos portadores sem tratamento adequado morrem no período de dois anos após o diagnóstico. Embora não tenha cura, a doença pode ser controlada com tratamento adequado. Por isso, o diagnóstico precoce é decisivo para melhorar a qualidade de vida do paciente.

Para o Dr Mauro Zamboni, os principais desafios que os profissionais médicos enfrentam ao lidar com a doença são, em suas palavras: "primeiro, pensar no diagnóstico. Por se tratar de doença pouco freqüente é comum não pensarmos nela e a incluirmos no nosso diagnóstico diferencial. Em segundo lugar a correta definição do diagnóstico. E por fim o tratamento".

Com relação ao diagnóstico, a dificuldade está no fato de que, nos estágios precoces da HAP, os sintomas são muito inespecíficos. O mais comum é a dispnéia ou encurtamento da respiração. Como a doença afeta os pulmões e danifica o coração, os pacientes se tornam incapazes de executar até mesmo as tarefas da rotina diária. Outros sintomas podem incluir desmaio (síncope), vertigem, pele azulada (cianose), dor torácica, tosse (às vezes com sangue), veias do pescoço distendidas, fígado aumentado, inchaço (edema) nos tornozelos ou pés, abdome dilatado, e fadiga.

Segundo o Dr Zamboni, por ser uma doença rara, poucos são os profissionais com experiência no seu diagnóstico e no seu tratamento. "Foi também por isso que a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia elaborou as Diretrizes para a Hipertensão Arterial Pulmonar objetivando o esclarecimento de todos os pneumologistas ou os médicos das outras especialidades que lidam com a doença, sobre seu diagnóstico e seu tratamento", afirma o especialista. 
 
Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão
17/11/2005

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