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Fila de transplante prioriza casos graves






Após 17 dias de atraso, começam a vigorar hoje as novas regras para a distribuição de fígados na fila única de transplantes. O critério cronológico (tempo em lista, iniciado em 1997) será substituído pelo de gravidade. As mudanças buscam reduzir a mortalidade na fila de espera, que chega a 60%. Hoje, sete mil pessoas aguardam transplante de fígado: três mil no Estado de São Paulo, onde a espera dura três anos.

A gravidade será avaliada pelo Model for End-Stage Liver Disease (Meld), modelo matemático usados nos EUA desde 2001 e que se baseia em três exames laboratoriais e atribui pontos para cada paciente. Os números vão de seis a 40. Quanto maior o valor, maior a gravidade. São considerados casos graves aqueles que têm índices acima de 16.

Segundo o médico Silvano Raia, da Fundação do Fígado de São Paulo, a mudança é necessária porque muitos pacientes são incluídos na fila mesmo antes de necessitarem fígado novo. O Ministério da Saúde diz que, dos atuais inscritos, 61% não precisam de transplante imediato.

O secretário da Associação Brasileira de Transplantes (ABT), Paulo Massarolo, espera que as novas regras sejam flexíveis para atender casos graves de pessoas que necessitam do transplante, mas que não têm o número de pontos exigidos para a cirurgia. "Tenho uma paciente que está em coma, com encefalopatia, mas não tem Meld para o transplante". Segundo o Ministério da Saúde, esses casos serão avaliados pela Câmara Técnica do Fígado.

O presidente da Transpática (associação que reúne os transplantados e doentes do fígado), Ervin Moretti, enxerga sérios problemas na captação de órgãos, especialmente nos hospitais particulares. "O problema não é falta de doadores. Muitos hospitais nem têm comissões internas de transplante", alerta. (Folhapress)

Fonte: Jornal de Brasília
17/07/2006

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