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EUA restringem bronzeamento artificial em jovem






O número crescente da incidência de câncer de pele entre jovens de 25 a 29 anos levou as agências de controle de saúde dos EUA a endurecer a fiscalização sobre fabricantes e clínicas de bronzeamento artificial.

Desde 2003, 19 dos 50 Estados americanos criaram legislação própria sobre o uso e fabricação de camas de bronzeamento e proibiram o serviço para menores de 18 anos.

Hoje, a Organização Mundial da Saúde, a Associação Médica Americana e a Sociedade Americana de Dermatologia igualam o bronzeamento artificial ao cigarro na potencialidade de provocar câncer.

Estudo conduzido pelo Programa Nacional de Toxicologia aponta uma relação direta entre a exposição a raios ultravioleta, seja por radiação solar ou artificial, e o surgimento de melanoma e outros tipos de câncer de pele menos graves.

Na contramão, a FDA (órgão americano que regulamenta fármacos e alimentos) diz não haver estudos conclusivos. A agência, no entanto, recomenda uma supervisão rigorosa nos procedimentos de aplicação das camas de bronzeamento.

Lobby

A Indoor Tanning Association (Associação de Bronzeamento Artificial, numa tradução livre) montou uma contra-ofensiva em Washington e contratou a assessoria de lobby Akin, Gump, Strauss, Hauer & Feld para dissuadir o Congresso da votação de leis nacionais que controlem o serviço. A indústria movimenta US$ 5 bilhões (cerca de R$ 11 bilhões) por ano. "Tentam provar a relação entre bronzeamento artificial e câncer de pele há anos e não conseguem. É preciso levar em conta as causas genéticas", diz John Overstreet, diretor-executivo da associação.

Segundo a Sociedade Americana de Dermatologia, 8.000 pessoas morrem por ano nos EUA de melanoma, um dos tipos de câncer mais agressivos e que já é o mais comum entre mulheres de 25 a 29 anos.

"É proibido vender cigarro e álcool a menores de 18 anos, então faz sentido proibir camas artificiais para eles", diz Darrell Rigel, professor de dermatologia do centro médico da New York University e ex-presidente da Sociedade Americana de Dermatologia.
 
No Brasil, serviço é proibido para menor de 16 anos

Fazer bronzeamento artificial é proibido no Brasil para menores de 16 anos e condicionado à autorização dos pais para jovens de 16 a 18 anos, segundo resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de 2002.

A norma obriga as clínicas a disponibilizar informações sobre os riscos da exposição à radiação, como a possibilidade de causar câncer da pele em pessoas com pele clara, pintas e histórico de câncer na família.

Segundo o coordenador da campanha nacional de prevenção ao câncer da pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Lúcio Bokos, os raios UVA, usados no bronzeamento artificial, penetram profundamente na pele e geram danos a longo prazo. Para o chefe do departamento de oncologia cutânea do Hospital do Câncer, Rogério Izar Neves, quem não quer correr risco pode optar por bronzeamento a jato ou autobronzeadores, que atingem a superfície da pele e reagem em contato com a queratina.
 
Fonte: Folha de São Paulo
22/08/2006

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