O "Estudo de um milhão de mulheres", elaborado por Valerie Beral e um grupo de colegas da Unidade de Epidemiologia de pesquisa do câncer da universidade britânica de Oxford é, até o momento, o maior levantamento de possíveis vínculos entre o câncer e a reposição hormonal.
Em resultados prévios do mesmo estudo já tinha sido detectada uma conexão entre o tratamento e o aumento no risco da doença na mama ou no útero.
Os especialistas informam agora que o risco de uma mulher sofrer câncer de ovário cai para o normal quando ela abandona o tratamento de reposição.
Beral e seus colegas observaram que o emprego de hormônios em pacientes entre 1991 e 2005 no Reino Unido levou a 1.300 mulheres diagnosticadas com o tumor. Do total, mil morreram por causa da doença, que é o quarto tipo de câncer mais comum entre as britânicas.
Os pesquisadores avaliaram dados extraídos de 948.576 mulheres que já tinham passado da menopausa, não apresentavam câncer nem tinham extirpado os ovários. Do total, 30 % recebiam reposição hormonal e 20% tinham se submetido ao tratamento anteriormente.
Após sete anos, 2.273 desenvolveram câncer de ovário e 1.591 morreram da doença. As que fizeram reposição hormonal registraram 20% a mais de probabilidades de desenvolver tumores que as que nunca tinham se submetido ao tratamento.
Beral afirmou que o efeito da reposição no câncer de ovário não deveria ser analisado de forma isolada, especialmente porque o seu uso também afeta o risco de câncer de mama e de endométrio. "A incidência total dos três tipos de câncer na população é 63% mais alto entre usuárias de reposição hormonal", concluiu a cientista.
Fonte: EFE