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Custo Assistencial: combater o excesso é responsabilidade de todos






 

(*) Dra. Elza Soares e Dr. Lueiz Canêdo

 

A Diretoria de Auditoria é um ponto nevrálgico localizado no interior de uma Cooperativa de Trabalho Médico como a Unimed Goiânia, cujos indicadores também revelam o seu nível de equilíbrio financeiro. E ao detectar excessos, pode e deve coibí-los para aumentar o ganho dos cooperados e não permitir que eles tenham perdas.

Dentro do quadro de excessos que encontramos, os exames complementares reinam de forma absoluta entre os motivos que nos fazem gastar mais.

Veja alguns exemplos:

1) Uma gravidez normal poderia perfeitamente ser acompanhada ao longo da gestação com três ultra-sonografias, de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde. Entendemos não ser necessário nove, uma a cada mês, como temos visto.

2) Há caso de paciente mudar ou procurar outro médico e o seguinte solicitar exames já realizados e pedidos pelo anterior. Bastaria perguntar quais os exames o cliente fez recentemente e analisá-los.

3) Endoscopias e tomografias estão sendo realizadas desnecessariamente em intervalos pequenos de tempo (30 dias). O médico solicita uma endoscopia para fazer o diagnóstico de uma gastrite e trinta dias depois, outra para ter certeza de que ela foi curada. Caso não tenha obtido êxito, solicita mais uma e assim sucessivamente. Há casos de 3 a 4 endoscopias para se tratar uma gastrite. No caso das tomografias, pacientes terminais  com tumor no cérebro são submetidos a esses exames seriados, em pouco espaço de tempo, que não mudam a evolução natural da doença.

Nos perguntamos se não estamos vivendo um tempo de dependência da tecnologia. E se assim for, precisamos de um ponto de retorno e equilíbrio: o uso da tecnologia a um nível que não destrua nossa percepção do humano. Precisamos reaprender a sensibilidade, reeducar os sentidos para perceber o outro. Organizar a agenda de forma a ter tempo para tocar a pele do paciente e investigá-lo.

Interessante lembrar que, na grande maioria das vezes, esse excesso de exames são sempre autogerados. Felizmente, a maioria dos cooperados não compactua com essa conduta, e as medidas para impedir excessos dessa natureza estão sendo tomadas pela Cooperativa.

Pensando nessas questões todas, nós, da Auditoria e Consad, estamos implementando o Projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira (AMB) e Sociedades de Especialidades para elaborar e aplicar protocolos de procedimentos para cada especialidade. O que pedir, qual o tratamento, como fazer o acompanhamento sem interferir na conduta do médico assistente. Todos os procedimentos estarão lá, detalhados, com a chancela do CFM, da AMB e Sociedades de Especialidades, órgãos máximos da medicina.

Já temos um Protocolo de Oncologia, recentemente enviado a todos os especialistas. A Oncologia é uma especialidade naturalmente cara em suas formas de tratamento e nos medicamentos utilizados. Por isso, a importância de se seguir os protocolos, que estão bem estabelecidos. Só pra se ter uma idéia: a Oncologia consome 4.5% do índice de custos assistenciais da Unimed Goiânia, enquanto a média brasileira está em 2.5%. A observância de um protocolo pode enquadrar os custos em patamares aceitáveis.

Vamos continuar desenvolvendo o Projeto Diretrizes da AMB e Sociedades de Especialidades, discutindo com todos os cooperados de cada especialidade, em momentos diferentes, a elaboração do melhor protocolo a ser seguido.

 

 

(*) Dra. Elza Soares e Dr. Lueiz Canêdo

são diretores de Auditoria da Unimed Goiânia.

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